O Santo que marcou a minha vida

Muitos santos são guias importantes para minha vida, mas sem dúvida nenhum é tão especial quanto São Josemaria Escrivá. Recebi favores importantes por meio de sua intercessão, como empregos em momentos de necessidade ou ajuda em questões de saúde. Entretanto, sua maior influência em mim é através da sua vida e dos seus ensinamentos.
Há inúmeros aspectos da pregação de São Josemaria que me causam impacto, é difícil resumir tudo em tão pouco espaço uma vez que há livros que tratam exclusivamente de cada um destes itens. Apesar disso, feita a advertência da inevitável simplificação, vamos ao resumo.
Em primeiro lugar, marca-me a forma como viveu, ensinou e cobrou uma fidelidade heroica à doutrina, não só daquelas pessoas que eram do Opus Dei, celibatários ou não, mas de todos que se aproximavam dele. Dizia que “Na Igreja de Deus, é obrigação de todos nós perseverarmos com firmeza no propósito de ser sempre mais leais à doutrina de Cristo. Ninguém está dispensado” (É Cristo que passa, 81).
Para capacitar as pessoas a seguirem fielmente ao Senhor, foi um instrumento dócil nas mãos de Deus ao desenvolver uma espiritualidade laical própria para as pessoas que estão no meio do mundo. Nesta espiritualidade, não há lugar para os acomodados ou os covardes mas há para aqueles que querem amar a Deus de todo coração, seja um pai de família pobre ou um empresário rico. Por meio dele todos encontram um ensinamento sólido e concreto de como buscar a santidade no meio do mundo.
Falava com clareza: “Não há outro caminho, meus filhos: ou sabemos encontrar o Senhor em nossa vida de todos os dias, ou não O encontraremos nunca. Por isso, posso afirmar que nossa época precisa devolver à matéria e às situações aparentemente mais vulgares seu nobre e original sentido: pondo-as ao serviço do Reino de Deus, espiritualizando-as, fazendo delas meio e ocasião para o nosso e ncontro contínuo com Jesus Cristo.” (homilia Amar o mundo apaixonadamente).
Como meio concreto para buscar a santidade no meio do mundo, ensinou a necessidade de santificar o trabalho, termo em que cabiam muitas situações, não somente o trabalho profissional, embora este fosse o material a ser santificado por excelência.
Não cansou de lembrar a todos que somos filhos de “um Pai amoroso - quer mais a cada um de nós do que todas as mães do mundo podem querer a seus filhos -, ajudando-nos, inspirando-nos, abençoando... e perdoando.” (Caminho, 267). E que para os filhos de Deus o mundo não é coisa estranha ou castigo, mas a vinha do pai, onde tudo é propriedade nossa e o lugar onde nosso pai nos quer trabalhando.
Para São Josemaria, a liberdade dos filhos de Deus era tom certo de toda a vida cristã. Gostava muito de citar São Paulo (Rom 8, 21) recordando a “insondável riqueza do cristão: a liberdade da glória dos filhos de Deus! Nisso se resume a vontade boa que nos ensina a perseguir o bem, depois de distingui-lo do mal. Gostaria de que meditássemos num ponto fundamental que nos coloca diante da responsabilidade da nossa consciência. Ninguém pode escolher por nós. Este é o grau supremo da dignidade nos homens: que se encaminhem para o bem por si próprios, não por outros.” (Amigos de Deus, 27).
Lutou até o sangue para defender a liberdade dos leigos e das iniciativas apostólicas deles, para que não fossem como simples marionetes nas mãos de padres ou bispos, acusando o clericalismo mau e diferenciando-o da sã cooperação entre leigos e clérigos. Os fieis leigos formados na espiritualidade ensinada por ele sempre souberam tomar sobre si a responsabilidade das suas ações, tornando-se protagonistas das suas ações profissionais, sociais e apostólicas.
Para um filho de Deus é impossível esquecer dos seus irmãos, e oapostolado toma uma dimensão fundamental da vida cristã. Anunciar a boa nova é uma necessidade vital, que junto com a ascese laical própria e a santificação do trabalho, formam um conceito central na pregação de São Josemaria, a unidade de vida, que não é outra coisa do que exigir uma coerência entre essas três dimensões.
Não passo um único dia sem lembrar-me dele, e habitualmente tenho imagens dele perto de mim para recordarem-me deste grande santo, que para mim é um pai maravilhoso!
10/2015

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